Publicada em 20/11/2023
A seletividade alimentar é algo bem comum entre as crianças que apresentam autismo. Isso pode incluir a recusa por certos tipos de alimentos levando a escolhas alimentares restritas ou até mesmo uma preferência exclusiva por apenas um tipo de alimento. Nesse sentido é que, o Centro Acolher implantou a Oficina de Culinária e seletividade alimentar.
“Por mais que essa característica não seja exclusiva de autistas, a seletividade alimentar pode atingir as crianças com autismo com muito mais intensidade do que atinge crianças típicas. Sabemos da importância de uma alimentação rica em nutrientes e vitaminas para o desenvolvimento saudável da criança e adolescentes”, comentou a Coordenadora do Centro Acolher e do projeto, Márcia Elisa Lamaison.
Márcia explica que o foco é no desenvolvimento do processamento sensorial a fim de estimular o olfato, paladar e gustação na experiência na introdução de novos sabores e introdução de cardápio diferenciado para as crianças e adolescentes participantes.
O Projeto visa trabalhar as áreas da Nutrição e Psicopedagogia no desenvolvimento da atividade. “Desejamos estimular a alimentação saudável, por meio da aproximação de alimentos não muito aceitos, a partir da contação de histórias e posteriormente a vivência no espaço da cozinha, tendo o contato com texturas, cores e sabores diferentes de alimentos, de forma a experimentar novas possibilidades. “Gerar curiosidade em experimentar novos alimentos, reduzindo a preferência por industrializados, pode auxiliar na construindo memórias afetivas e promovendo a melhora dos hábitos alimentares das crianças.”
Márcia ressalta que a ação, além de possibilitar novas experiências e aprendizados alimentares irá beneficiar as crianças e adolescentes na interação, socialização e aprendizagem tão importantes para as vivências na Escola.
O Autismo e a Seletividade Alimentar
Desordens do processamento sensorial são comuns em indivíduos com autismo. Por isso, devido ao transtorno, há impactos em suas rotinas diárias. Isso porque a alimentação pode ser uma das áreas prejudicadas.
Como a hipersensibilidade a estímulos, como texturas, cheiros, temperaturas ou cores têm grande impacto na decisão de uma criança de comer ou não, pode ocorrer seletividade ou até mesmo a aversão alimentar.
“Crianças com autismo são realmente seletivas e rigorosas com o que comem e este comportamento gera grandes dificuldades alimentares”, diz Márcia.
Tamara Corrêa Nunes, familiar de uma criança atendida, conta que seu irmão possui certa resistência em fazer atividades em grupo e experimentar alimentos e texturas. "Normalmente quando têm mais pessoas, ele prefere se retirar. Na Oficina Culinária foi totalmente o oposto, pois ele aceitou participar da atividade, experimentou de tudo e o mais importante se divertiu. Como ele mesmo me disse o Chef Iago gostou do dia hoje. Eu, como irmã, me sinto muito grata ao ver meu irmão viver essa experiência.”
“Ações multidisciplinares e intersetoriais são importantes. Nesta ação contamos com parcerias que junto conosco fizeram a atividade acontecer. Agradecemos a Secretária do Desenvolvimento Social, Sinara Faccin, através do Ateliê Municipal, bem como a loja Marisil. Estes dois segmentos doaram aventais infantis para serem utilizados pelas crianças e adolescentes durante a oficina”, comenta a Secretária de Saúde, Daura Melissa Costa Beber Westphalen.
Com informações da Prefeitura Municipal
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